amanhã

Este início de ano, repleto de notícias tristes e “acidentes” que nos deixam perplexos e invadidos por sensações que se iniciam pela surpresa, passam pela tristeza e impotência e não raramente terminam na indignação, me fez pensar muito na forma em que muitas pessoas ‘tocam’ a vida.  Fácil – e talvez mais do que isso, cômodo – apontar o dedo para aqueles que julgamos responsáveis pelas tragédias que acontecem ao nosso redor, e não raramente temos respostas prontas para o que deveria ter sido feito para evitar os “acidentes”. Ficamos nos questionando sobre como empresas ou associações, conhecendo os riscos – às vezes catastróficos – de suas decisões, não optem por alternativas que poderiam evitar ou pelo menos minimizar a possibilidade de que os problemas aconteçam no amanhã.

E tudo se resume em ‘negligência’, palavra que pode ser explicada como falta de cuidado, de exatidão, displicência, preguiça e até mesmo indiferença, sendo esta última, para mim, uma das mais preocupantes, especialmente quando sabemos que uma decisão ou comportamento possui riscos potenciais.

Vamos aqui considerar o seguinte: pessoas que em seu dia a dia têm como função executar ações ou tomar decisões que tenham efeito sobre a vida de outras pessoas ou mesmo de uma empresa não podem, de forma alguma, praticar a negligência. Isso, na minha opinião, é regra que jamais pode ser quebrada e ponto final.

Mas, analisando as coisas ruins que aconteceram, penso ser muito importante sair da situação macro e chegar à individual: quantas vezes não deixamos que a negligência tome conta de nossas atitudes, demonstrando em algumas ocasiões uma perigosa falta de compromisso em relação às decisões que precisam ser tomadas ou tarefas que precisam ser executadas, sejam elas extremamente importantes ou de menor gravidade? É claro que se comparadas com grandes acidentes ou tragédias, com certeza as conseqüências em nossa vida pessoal não são impactantes para a sociedade. Mas veja bem: são para nós, e talvez não tenhamos tempo para retomar o controle de nossa vida.    

Pensamos, às vezes, que sempre haverá tempo para fazer o que foi deixado de lado, ou talvez que isso não traga conseqüências graves para nós mesmos ou para pessoas que nos cercam. E isso é muito perigoso. Não temos o poder da adivinhação para saber como será o dia de amanhã, e em algumas situações desconhecemos riscos ocultos que podem existir em nossa decisão. Não é justificável, então, que amparemos nosso comportamento no clássico comentário ‘Isso nunca aconteceu antes’. Pode acontecer hoje, amanhã ou mesmo daqui a 10 minutos!

Esperar para agir apenas quando algum fato externo altere nosso comportamento anterior traduz uma falta de vontade, uma tendência à procrastinação, comportamento de quem tem o costume de deixar tudo para depois. E não se iludam: mesmo parecendo uma característica inocente ou um estilo mais lento de levar a vida, a procrastinação pode influenciar diretamente nossa vida profissional, familiar e nossos relacionamentos, provocando preocupação e angústia.

Particularmente, acredito que diferente do temperamento calmo – que nasce com a pessoa –, a procrastinação é geralmente um comportamento adquirido e pode se transformar em hábito recorrente. Você quer viver assim? Eu não, e prefiro ter ao meu lado pessoas que decidem e fazem as coisas acontecer.

Um detalhe importante: que fique claro aqui que não defendo a impulsividade. Acredito que resolver as coisas sempre em ritmo de urgência não é saudável e também traz perigos. Defendo, isso sim, que se faça as coisas no tempo certo, não escolhendo o “deixar para amanhã”, que muitas vezes vai exigir de nós explicações, justificativas e a adoção de planos “B”.

Nossas vidas merecem sempre o “Plano A”.

 

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